O
processo de impeachment está
instalado mas você está realmente convencido?
Por
Jonny Fabrício Novak
Faço
questão de iniciar enfatizando que o objetivo aqui não é apoiar ou criticar
governos. É apenas chamar a atenção sobre os motivos que levaram ao impeachment.
Primeiro
que a derrota sofrida pelo governo no histórico dia 17 de abril de 2016, quando
da votação acerca da admissibilidade do processo de impeachment, foi massacrante, de forma que 367 parlamentares
votaram “SIM” à abertura do processo.
Segundo
que é importante pontuar, a título de mero esclarecimento, que o papel da
Câmara dos Deputados é puro e simplesmente o de avaliar a admissibilidade do
processo pela ótica fático-legal. Sim. Isso mesmo. Muitos dos deputados que lá
estão sequer seguraram a Constituição na mão um dia e estão lá votando a
legalidade da abertura de um processo de impeachment.
Viva a democracia. Nós os escolhemos e os elegemos. Fazer o que?
O
papel de avaliar o mérito do impeachment cabe
ao Senado Federal, que imbuído dos poderes outorgados pela Constituição é que
deverá “julgar” pela procedência ou não.
Ainda
sobre a votação da instalação do processo na Câmara dos Deputados é impossível
deixar passar em branco o ridículo papelão protagonizado pelos nossos ilustres
e “capacitados” representantes. Houve homenagem desde ditador torturador até os
filhos, netos, esposas, mães, papagaio e calopsita dos nossos nobres
representantes. Figuraças. Para mim, a parte da votação em si foi quase um stand up comedy.
Mas
voltando ao objetivo central do artigo, depois de superados esses
esclarecimentos, pergunto: você está mesmo convencido dos argumentos políticos
utilizados pelos parlamentares à propositura e defesa do impeachment? Será mesmo que não estamos (mais uma vez) sendo
ludibriados? (Ratifico: não estou dizendo que é um “golpe”. Só estou
convidando-o a fazer uma análise técnica da situação).
Claro
que essa análise técnica deverá ser feita pelo Senado Federal quando da análise
do mérito do processo. Pois bem. Vejamos: a Presidente Dilma Rouseff é acusada
(e também essa razão está enfrentando o processo de impedimento) de ter
cometido crime de responsabilidade, em razão das pedaladas fiscais e por ter
editado Decretos de crédito suplementar no orçamento de 2015 sem a aprovação do
Congresso Nacional.
Mas
pera aí. Vejamos a qualidade dos discursos da votação no Congresso Nacional.
Dos mais de 500 parlamentares que votaram, acredito que os discursos de apenas
uns 10, e no máximo isso, que se salvam. Muito porque aquele sequer era o
momento de discursar, era apenas dizer “SIM” ou “NÃO”. Além do mais, a cada
voto proferido aquele plenário muito se assemelhava a um estádio de futebol,
onde cada voto parecia um gol.
Simplesmente
ridículo. Vergonhoso. Veja bem, não estou dizendo que o impeachment é uma farsa ou um golpe. Estou dizendo que estamos
entregando uma arma muito letal a soldados nenhum pouco qualificados para
manuseá-la.
Basta
que analisemos o teor dos discursos. Não passaram de meras afirmações de pautas
pessoais seguidas de um voto instrumental e muito pré-intencionado (a oposição
por derrubar o governo e a situação em fazer uma “moralzinha”, tentando tapar o
sol com a peneira).
Convido
a todos a refletir: o impeachment
está sendo encarado da forma coerente e séria ou apenas está sendo uma
ferramenta oportunista à satisfação de interesses de uns e outros (já que o
Brasil infelizmente está de mal à pior economica e socialmente falando). Pense.
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